segunda-feira, 2 de abril de 2012

“CRISTO, NOSSA PÁSCOA, FOI SACRIFICADO POR NÓS” (1 Co 5.7).


A páscoa judaica

A
A Ceia Judaica, também chamada de Páscoa foi instituída por Deus quando o povo ainda estava no Egito. – Ex 12. Ela significava libertação (redenção) para os hebreus – Ex 12.14. A palavra “páscoa” quer dizer: “passar além, passar por cima”. A palavra descreve a passagem do anjo da morte, quando seriam mortos todos os primogênitos do Egito e poupados os dos israelitas. Essa festa era sombra (tipo, figura) daquilo que aconteceria futuramente, isto é, ela apontava para Jesus – 1Co 10.1-10; Cl 2.16,17; Hb 10.1.

O significado da páscoa judaica

Jesus instituiu a Ceia em substituição à Páscoa judaica (Lc 22.7-23) para que ela fosse celebrada pelos cristãos tendo em seu simbolismo, alguns significados. No quadro abaixo, na primeira coluna estão os símbolos da antiga páscoa judaica, e na segunda coluna estão seus significados cumpridos em Cristo na Cruz, quando disse: “Está consumado” (Jo 19.30), ou seja, a páscoa judaica já não deveria mais ser celebrada:
Páscoa Judaica
O cumprimento em Jesus

O cordeiro (Ex 12.3)
Cristo é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.36)
Era sem defeito (Ex 12.5)
Jesus é perfeito (1 Pe 1.18,19; Jo 8.46; Hb 4.15)


Os ossos não foram quebrados (Ex 12.46; Sl 34.20)
O corpo de Cristo simboliza a Igreja e a igreja somos nós, por isso não podemos viver em contendas, intrigas ou sem participar da Ceia. Seria o mesmo que peixe fora d’água. Cear é fazer parte de Cristo, da Igreja (1 Co 10.16,17; 12.12-27). Esta unidade não pode ser quebrada. Os ossos de Cristo não foram quebrados (Jo 19.36).
O sangue do cordeiro representava libertação, redenção e proteção para os israelitas (12.7,13)
Somente o sangue de Cristo é capaz de redimir o pecador. Nem a água do batismo ou a intervenção de santos pode nos dar proteção. Só o sangue do Cordeiro de Deus (1 Jo 1.7; At 4.12; 16.31)
O cordeiro foi sacrificado (Ex 12.6,27)
Jesus foi sacrificado por nós (Is 53; Jo 3.16; Rm 3.25; 1 Co 5.7)
O cordeiro seria sacrificado à tarde (Ex 12.6)

Jesus morreu à tarde (Mc 15.25)
Os pães asmos (sem fermento) simbolizavam pureza (Ex 12.8). Significava a separação do povo do Egito. Egito, na Bíblia, é igual a pecado.
Fermento na Bíblia é símbolo de pecado (1 Co 5.6-8; Gl 5.9). A Ceia para o crente significa a separação do crente do mundo (Mt 16.6,11; Mc 8.15)
As ervas eram amargas (Ex 12.8; Is 53.7)
Cristo sofreu, na Cruz, a amargura, a dor, pelos nossos pecados (Mt 26.39,42)
O sangue foi derramado para expiação dos pecados. Era o penhor da salvação (Ex 12.13)
O sangue de Cristo é a garantia do perdão; é a garantia de que a morte não tem mais poder sobre nós. Ainda que morramos, ressuscitaremos (Jo 11.25; Hb 9.22; 1 Jo 1.7)

A páscoa cristã

Então, a páscoa cristã foi resumida em dois símbolos apenas: pão e vinho. – 1Co 11.23-32. Nós a chamamos de Ceia do Senhor.

O significado da páscoa cristã

 O que a Ceia do Senhor significa? A Igreja Primitiva lembrava-se de que Jesus a instituiu na noite da refeição da Páscoa (Lc 22.13-20).
Da mesma maneira que a Páscoa celebrava a libertação da escravidão do Egito, com a morte do cordeiro, a Ceia do Senhor celebra a libertação do pecado por meio da morte de Cristo.
Os preparativos de Ex 12.11 relembram o crente de hoje que deve estar preparado (certo de sua salvação) com as armas espirituais dadas por Deus (Ef 6.10-18) para que, ao sair “apressadamente” do mundo (não se pode ficar em dúvida), não volte mais atrás (2 Pe 2.20-22). “Esta é a Páscoa do Senhor” (Ex 12.11b).
O pão e o vinho simbolizam o corpo e sangue de Cristo  rasgado e derramado na cruz para nos salvar. Por isso, quem não comer e não beber do corpo e do sangue, isto é, não participar da Ceia do Senhor, não terá salvação. – Jo 6.51-56. Ao participar da Ceia do Senhor, de acordo com 1Co 11.26, o cristão deve ter em mente que essa festa aponta para três eventos:
A morte de Cristo. – A morte do Senhor é importante para nós, porque se ele não tivesse morrido nós não poderíamos ser salvos. Por isso, devemos cear agradecendo ao Senhor por esse ato. – 1Co 15.3,4.
A ressurreição de Cristo. – Paulo diz que só a morte de Cristo não valeria, se ele não tivesse ressuscitado. – 1Co 15.14,17.
A volta de Cristo. – “Até que ele venha” é o que diz o apóstolo. Isso indica a continuidade da Ceia. Devemos, pois, participar da Ceia lembrando de que ele virá em breve. – Jo 14.1-3.

A páscoa pagã

O diabo mete o dedo em tudo. Ao longo dos anos foram sendo introduzidas heresias na igreja a ponto de atingir a páscoa cristã. Vejamos alguns desses desvios doutrinários:

A hóstia

Jesus falou em pão. O diabo inventou a hóstia. Jesus disse para o povo comer o pão e beber o vinho. A igreja romana dá só a hóstia (pão falsificado).
Só o padre bebe o vinho. Isso é negar o sangue de Cristo ao povo. Eles alegam que, como crêem que a hóstia é de fato o corpo literal de Cristo, logo na carne está o sangue também. Pura heresia!

A transubstanciação

Cristo disse: “Isto é o meu corpo”. Quando ele disse isso, estava olhando para um pão, não para o seu corpo. Por isso, ele disse que a Ceia é um memorial, uma lembrança, um símbolo. – Lc 22.19; 1Co 11.24.
Mas a igreja romana diz que a hóstia é o corpo literal de Jesus com cabelo e tudo! A essa falsa doutrina eles chamam de transubstanciação, ou seja: é a mutação (transformação literal) do trigo e do vinho no corpo físico de Jesus!
 O ovo
 Significa começo, origem de tudo. Quando incubado, dele sai vida, porque nele está contida a vida. Em Cristo, não está contida a vida. Ele é a própria vida (Jo 11.25). O ovo está presente na mitologia antiga, nas religiões do oriente, nas tradições populares e numa grande parte da cristandade. Na Idade Média, os europeus adotaram o costume chinês de enfeitar os ovos.
Em 1928, surgiram os ovos de chocolate (ou de páscoa) que foram industrializados em larga escala. No século XVIII, a Igreja Católica Romana adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo.

O coelho

Substituíram o cordeiro pelo coelho, como símbolo de fecundidade (reproduz cerca de 110 filhotes por ano). O coelho apareceu por volta de 1915, na França. A sua cor e sua rapidez contribuíram para o seu lugar na simbologia. Dizem também que ele representa a morte e ressurreição de Cristo pelo fato de que alguns que habitam em lugares frios e nevados hibernam e só saem da caverna quando chega a primavera.

Em toda a Bíblia encontramos o cordeiro como símbolo de Cristo e não o coelho.


O peixe

É o símbolo do Cristianismo. Dizem que no passado quando os cristãos se reuniam, faziam o desenho de um peixe. Na chamada “semana santa”, muitos não comem carne, por causa do corpo de Cristo e substituíram-na por peixe.
No entanto, na páscoa judaica comia-se o cordeiro (carne). E na Ceia do Senhor, ele ordena que comamos o pão como símbolo de seu corpo (carne). O cristão nascido de novo pode comer o que quiser em qualquer época. Estamos livres da lei das ordenanças. – Rm 14.1-10; Cl 2.14-16; 3.11-22.

 Santa Ceia ou Ceia do Senhor?

 A Igreja Romana tornou a Eucaristia ou Ceia do Senhor um ritual mágico, deificando a hóstia, tendo em vista a aceitação pela Igreja Católica da transubstanciação (presença real e literal de Cristo no pão) como ponto de fé no ano de 1215, que tornou a Ceia do Senhor como "Santa Ceia do Senhor ou Eucaristia” como eles preferem chamá-la.
É daí a nomenclatura tão em voga hoje, porém, mais acentuadamente entre os evangélicos que preferem chamá-la de "Santa Ceia", enquanto que o mais correto seria dizer: "Ceia do Senhor".

O que é “reconhecer o corpo do Senhor”?


Em sua orientação sobre a Ceia do Senhor à igreja em Corinto, Paulo disse: Pois, a pessoa que comer do pão ou beber do cálice sem reconhecer que se trata do corpo do Senhor, estará sendo julgada ao comer e beber para o seu próprio castigo.”, 1Co 11.29 (NTLH).
Em outras versões diz “comer indignamente” (ARC). Ora, se partirmos do princípio de que todos pecamos (1Jo 1.7), logo não haveria ninguém “digno” de participar da Ceia do Senhor. Então devemos pensar um melhor no sentido dessa expressão. E para isso, temos quer ver o contexto.
Entre os cristãos daquela época existia uma festa chamada “Festa Ágape” ou festas de amor (Jd 12). Era comum entre os cristãos celebrarem a ceia com essa refeição, destinada a ajudar os pobres (esta prática perdurou até na época de Justino, o mártir. (c. 100 – 170 d.C.).
Corinto era uma igreja problemática em termos de doutrinas (véu, dons espirituais, batismo, brigas, divisões, sexo, ceia etc). E eles não estavam discernindo o real objetivo de suas reuniões (vv. 17,18-20). Para eles, aquilo era apenas uma festa como as demais festas mundanas da sociedade grega da qual tinham vindo.
Então, quando se reuniam, todos se embriagavam (v. 21), como faziam antes de se converterem, e não discerniam que aquilo era muito mais que uma festa, devia ser observada "em memória" de Cristo (v. 25).
Por isso as pessoas deveriam examinar a si mesmas antes de tocar no pão e no cálice (v. 28), pois correriam o risco de tomarem a ceia de modo indigno, fora do propósito para a qual fora estabelecida, ou seja, para a comunhão e não divisão dos fiéis (v. 18). Isto é o que Paulo queria dizer com "reconhecer o corpo do Senhor".

Conclusão


Se alguém da sua família ou um amigo lhe oferecer um “ovo” você será sincero com ele e dirá “não”.
E não adianta tampar o sol com a peneira, dizendo para si mesmo: Vou receber e depois jogo fora ou dou para alguém. Isso é inaceitável, impraticável! Isso é negar a Jesus!
Diga que não receberá porque a Bíblia diz que nossa páscoa é Jesus. Dependendo de como você disser “não”, poderá até despertar a curiosidade da pessoa e ser um meio de você evangelizá-la.
Memorize as referências bíblicas citadas e se prepare para agradar ao Senhor. – At 4.19.
Lembre-se que para nós, que não estamos mais debaixo da lei, não existe uma “semana santa”. Para nós, que vivemos a graça e prezamos o sacrifício de nosso Jesus, todos os dias são santos! – Rm 14.5.
Quem come ovo de chocolate como se fosse o tal “ovo de páscoa” está pisando no sangue de Jesus e banalizando seu sacrifício.
Só temos uma páscoa, que é Cristo. – 1Co 5.7. Nós a celebramos em todas as ceias! Paulo ensina que um cristão genuíno não pode participar de duas ceias diferentes. – 1Co 10.19-22.

Fonte: Curso de Preparação para Ingresso/ADAV


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