1. Definição de liturgia
Dessa forma fica difícil encontrar um padrão litúrgico no Novo Testamento para a igreja moderna. Contudo, as referências que tratam das reuniões cristãs nos dias apostólicos nos dão uma ideia do que deve conter no culto cristão. Paulo fala de "salmos, hinos, canções espirituais" (Ef 5.19; Cl 3.16). Em 1Co 14.26 temos instruções mais claras sobre como deve ser, em essência, o culto cristão. Ali Paulo fala de hino, ensino, revelação, línguas e interpretação da língua falada. Corinto era uma cidade que abrigava muito turista.
Portanto, era comum haver pessoas na reunião que não sabiam o idioma dos irmãos. Nesses casos, Deus usava alguns de forma sobrenatural e dava-lhes a capacidade de falar no idioma dessas pessoas para transmitir-lhes a mensagem, ou seja, a revelação da doutrina cristã que ainda não estava escrita (At 2.1-8). Hoje, Deus pode fazer a mesma coisa. Porém, dada a evolução da humanidade, não o vemos com a mesma frequência. Aliás, em 1Co 14.1-25 Paulo trata de corrigir os equívocos desse dom na igreja. Restam, agora, para a igreja moderna, de 1Co 14.26, apenas hino e ensino (ministração da Palavra).
Portanto, essas três grandes seções do culto apresentadas por Paulo, ficam assim distribuídas:
O vocábulo "Liturgia", em grego, formado pelas raízes leit- (de "laós", povo) e -urgía (trabalho, ofício) significa serviço ou trabalho público. Por extensão de sentido, passou a significar também, no mundo grego, o ofício religioso, na medida em que a religião no mundo antigo tinha um carácter eminentemente público. (wikipedia)
Portanto, na ADAV, liturgia é tudo aquilo que compõe a ordem do culto, ou seja, tudo que está inserido dentro da reunião de adoração ao Todo-Poderoso Deus, Jesus Cristo! Daí a importância do Departamento de Liturgia e Doutrina (DELID), responsável pela liturgia, ser muito criterioso e exigente ao inserir ou retirar elementos do culto cristão.
2. A ordem do culto neotestamentário
As reuniões de adoração da igreja apostólica, dadas as questões de
perseguição (eram ilegais diante do Estado romano), eram realizadas basicamente
nas casas. (At 2.46; 8.3; 16.15; 16.40; 18.7; 21.16; 28.30). Os primeiros
templos começaram a surgir a partir do III séc. e, claro, no IV séc. quando
Constantino I tornou o cristianismo a religião oficial do Estado.
Grosso modo, então, o culto deve ter hinos, orações e
ministração da Palavra. É o que se depreende, também, de outras partes de Atos
e das cartas apostólicas. O mesmo versículo diz, no entanto, que todos esses
eventos devem ter um só objetivo: o crescimento espiritual da igreja!
1) Hinos: canções muito bem elaboradas, com ritmos que não induzam aos
apetites da carne e nem lembrem a velha vida; a letra não pode ter erro
bíblico-teológico e devem sempre apontar para a exaltação de Deus, nunca,
jamais, em hipótese alguma para o homem; essa parte deve incentivar a
contrição, a elevação do espírito. A ADAV dispõe de teólogo profissional que
lidera o Departamento de Liturgia e Doutrina (DELID), o qual tem por atribuição fazer essa análise. A ADAV, embora tenha sua liturgia majoritariamente reformada
e, portanto, tradicional, aceita que os cultuantes batam palmas durante alguns
louvores mais "animados", porém sem exageros. Os dirigentes e
ministrantes de louvor devem atentar para o fato de que em hipótese alguma se
deve aplaudir quem quer que seja ou momentos em que alguém finalizar uma
participação.
2) orações: podem ser de agradecimento, de intercessão, de oferecimento etc. Quando uma pessoa estiver orando, os demais ouvem em silêncio e respondem com um "amém" no encerramento em "nome de Jesus". Orar é falar - não gritar - com Deus. É algo suave e sem espetáculo. As pessoas podem estar de olhos fechados ou abertos! É uma questão pessoal, não existe regra bíblica para isso. Toda oração deve ser dirigida ao Pai, no poder do Espírito Santo e encerrada somente em nome de Jesus (Jo 16.23; Rm 8.26,27). Alguns leigos tentam criar moda, encerrando oração em nome da Trindade (em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo), o que é grave, pois se você está falando com o Pai e encerra em nome do Pai, exclui-se a pessoa de Jesus.
3) palavra: é o sermão propriamente dito. Pode ser
textual, temático ou expositivo. No entanto, este último deve ter prioridade.
Durante o sermão, todos devem estar em silêncio observando atentamente o que o
expositor fala, buscando racionalmente comparar suas palavras com a Escritura.
O que estiver em desacordo deve ser corrigido oportunamente.
Nos versículos 29 ao 40, Paulo fecha as suas instruções enfatizando que
nessas reuniões coletivas (de comunhão) e o que ali acontece devem ser
"com ordem e decência". Ordem, como o texto deixa explícito, trata da
sequência dos atos, de quem fala, o tempo que deve falar e o conteúdo do que se fala deve ser analisado pelos que ouvem, a fim de evitar heresias (1Co 14.29;
cf. At 17.11; Gl 1.1-9).
Por fim, a decência, ainda ligada a desordem que Paulo vem tratando desde o versículo 1, hoje, poderíamos relacionar com o comportamento dos cultuantes modernos durante as reuniões (assovios, andanças, coreografias, vestimentas inapropriadas etc).
No culto cristão não pode ter invenção moderna como culto-show, solos em excesso, coreografias, músicas oferecidas a cônjuges/namorados e familiares, homenagens, participação política etc. Nada, nada, nada além desses elementos. Essas outras coisas podem ser feitas em reuniões de diversão separadas do culto coletivo de adoração.
OBSERVAÇÕES:
1. A liturgia deve ser executada conforme o Manual Litúrgico do DELID.
2. Em caso de manifestação demoníaca durante a liturgia, o possuído deve ser retirado imediatamente do ambiente de culto pelos diáconos para outro lugar, onde manterão o controle físico, a fim de evitar que aja ferimentos, enquanto os diáconos e presbíteros oram pela pessoa dominada por forças malignas na autoridade do nome de Jesus.
3. Nenhum hino pode ser executado na liturgia sem o aval do DELID.
4. O período de louvor será sempre menor de que o da ministração da Palavra.
5. Nenhum pregador poderá ser convidado a ministrar a Palavra na ADAV sem o aval do DELID (Pastor Presidente).
6. Os obreiros usarão obrigatoriamente terno completo somente nas cerimônias de casamento, ordenação, bodas, colação de grau etc. Nos cultos ordinários, esse tipo de vestimenta é opcional, podendo, a critério do obreiro, ser substituída por calça (social ou jeans) com camisa social (manga longa ou curta) ou tipo gola-polo, conforme a etiqueta determina.
7. Bênção Apostólica
Por tradição, a bênção final nos cultos – chamada de “bênção apostólica” – é aquela de 2Co 13.13: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês.”
Somente os pastores e presbíteros ordenados da ADAV devem ministrar a bênção apostólica. Na hipótese de não haver nenhum desses obreiros no encerramento do culto, o líder do ministério diaconal (e na sua ausência outro diácono, e na ausência de um diácono, um irmão respeitado da congregação deve ser convidado a encerrar o culto). Nestes casos, esses obreiros e/ou irmão de autoridade reconhecida pela igreja deve encerrar o culto com as seguintes palavras: “Vão em paz e que Deus esteja com todos, agora e sempre! O culto está encerrado em Nome de Jesus.”
Fonte: Departamento de Ética, Liturgia e Doutrina
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